sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

A ascensão e queda do trono de Saddam Hussein.


Saddam Hussein sonhou reconstruir a Babilónia e recuperar o esplendor de Nabucodonosor, tendo criado à sua volta um culto de personalidade, espalhando o seu rosto por todo o Iraque, em cartazes, pinturas, fotografias e tornando-se omnipresente no país que governou durante 25 anos. Este mesmo homem morreu, sozinho, sem povo, pela lei da forca. Os iraquianos, que haviam passado décadas sob o olhar orgulhoso de Saddam Hussei em estátuas e cartazes, viram-no então humilhado, com a boca aberta para uma inspeção médica, a barba grisalha e o aspecto descuidado após meses de fuga. Porém, quando o julgamento começou, em outubro de 2005, vestia novamente um terno impecável e tinha a mesma postura desafiadora com a qual, ao se identificar ao tribunal, declarou: "Sou o presidente do Iraque".

Desde o princípio, repudiou o tribunal, que tinha respaldo dos EUA. Em 22 de Julho, já com um novo Conselho de Governo em Bagdad, os filhos de Saddam, Udai e Qusai, foram mortos. Alguns fiéis do ex-Presidente continuaram a resistir, com atentados visando vários alvos.
 Em Dezembro de 2003, Saddam foi finalmente capturado, num esconderijo subterrâneo, sem resistir. Depois disso, veio o julgamento. Uma justiça em que respondia pelo primeiro nome, sem títulos nem cargos, algo ao qual o ditador não estava habituado. No dia 5 de Novembro de 2006, Saddam foi condenado à pena de morte pelo massacre de 146 xiitas, na década de 80.
  Há também relatos de torturas e outros crimes contra a população da aldeia. Numa das audiências transmitidas pela TV, em julho, ele reivindicou um lugar na história e, numa de seus discursos violentos, afirmou que na sua qualidade de oficial militar merecia ser fuzilado, e não enforcado.

  Saddam, cujo nome significa "o que enfrenta", em árabe, voltou à corte pouco tempo depois, para enfrentar um outro julgamento por acusações de genocídios contra os curdos em 1988.

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