sábado, 1 de fevereiro de 2014

Dilma e a lenda do projeto do combate ao crack.

O famoso plano da presidente Dilma de combate ao crack nunca saiu do papel. E as coisas vão piorar um pouco. Podem apostar. Arthur Chioro, futuro ministro da Saúde, é um conhecido militante, digamos, “antimanicomial” e adversário ferrenho das comunidades terapêuticas, que a própria Dilma chegou a considerar aliadas preferenciais no combate ao crack. A militância antimanicomial, como se sabe, resultou, entre outros desastres, na quase ausência de leitos psiquiátricos no Brasil — que tem 0,15 leito por mil habitantes. Os ricos têm onde internar seus dependentes e seus doentes mentais. Os pobres que se danem. O que disse Dilma Esse é o ministro que Dilma nomeou por ordem de Lula e vontade de Luiz Marinho, prefeito de São Bernardo. Agora vamos ver o que disse a própria presidente ao lançar o seu programa anticrack. Ela se refere às comunidades terapêuticas a partir dos 11min40s. Transcrevo: “Ao mesmo tempo, nós temos de reconhecer que, ao longo dos tempos, as comunidades, as chamadas comunidades terapêuticas, as outras instituições da sociedade, o chamado terceiro setor investiu dedicação, carinho, generosidade, tentativa e erro nesse processo de acolhimento. Acredito que nós vamos ter de tratar de forma diferenciada os diferentes processos de acolhimento. E isso é muito importante.” Neste outro vídeo, Dilma recebe os representantes das comunidades terapêuticas: Encerro Vem coisa por aí. O tom de Chioro é o de alguém treinado no proselitismo político. A política de combate ao crack da presidente Dilma encontra, na verdade, a sua mais completa tradução na Cracolândia, que apelidei de Haddadolândia. E isso tendo um ministro da Saúde, Alexandre Padilha, que não é um militante contrário às comunidades. Chioro é. Dá para imaginar para onde caminha a coisa. Seguindo apenas a lógica, o que se pode antever é a multiplicação, Brasil afora, das “haddadolândias”…

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